Custo operacional efetivo da pecuária leiteira sobe no 1° trimestre em MT

No 1°trim./25, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira em Mato Grosso fechou em R$ 1,45/l, baixa de 0,50% quando comparado ao trimestre anterior, segundo o Projeto de Custo de Produção Agropecuária de Mato Grosso (CPA-MT) do Senar e Imea. Apesar dessa redução pontual, os custos continuam em patamares elevados, sendo esse o segundo maior valor desde o início da série histórica em 2016.

Esses altos patamares estiveram atrelados diretamente ao avanço dos gastos com suplementação, aquisição de animais e outros custos. Durante o mesmo período, o preço do leite pago ao produtor foi de R$ 2,29/l, o que gerou uma margem positiva de R$ 0,84/l em relação ao COE. No entanto, quando considerado o Custo Operacional Total, que inclui também depreciações e mão de obra familiar, a margem fica negativa, com um déficit de R$ 0,09/l, o que revela os desafios enfrentados pelo produtor no médio e no longo prazo.

Valorização: segundo o Cepea, a média do preço do leite pago ao produtor brasileiro pelo captado em mar/25, foi de R$ 2,82/l, alta de 1,81% quando comparado ao mês anterior.

Alta: o diferencial de base entre o preço do leite pago ao produtor em Mato Grosso e a “Média Brasil” aumentou 5,63% ante fev/25 e ficou negativo em R$ 0,52/l em mar/25.

Baixa: a RT entre o leite e o farelo de soja reduziu 1,39% ante mar/25 e esteve em 748,97 l/t em abr/25, pautada pelo avanço do preço do leite e a desva-lorização do coprodutor no período.

Segundo o levantamento feito pelo Imea, o preço do leite captado em mar/25 e pago em abr/25 atingiu R$ 2,30/l, valorização de 0,97% ante fev/25 e ainda 21,51% superior a mar/24. Cabe destacar que esse é o segundo maior valor desde o início da série histórica em 2015, para o mês de março, ficando atrás apenas de mar/23, quando o litro era R$ 2,36 (valor deflacionado pelo IGP-DI). Além disso, o preço atual se mantém próximo das máximas históricas deflacionadas para o mês. Essa alta no comparativo mensal é sustentada pela menor disponibilidade de leite no estado, o que aumentou a disputa das indústrias pela matériaprima. Para ilustrar, no período, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) de Mato Grosso caiu para 51,77%, com recuos de 2,66p.p. em relação a fev/25 e de 4,92 p.p. quando comparado a mar/24.