O preço do leite mato-grossense registrou a primeira queda do ano após seis meses de alta

11-09-2025 14:53:27 Por: IMEA. Foto: Pixabay

O preço do leite mato-grossense registrou a primeira queda do ano após seis meses de alta
O preço do leite mato-grossense registrou a primeira queda do ano após seis meses de alta e o produtor recebeu, em média, R$ 2,31/l pelo leite captado em jul/25, valor 2,29% inferior ao do mês anterior. Apesar da retração, esse foi o 2° maior valor registrado para o mês, atrás apenas de jul/22, que segue como o maior valor da série histórica.

Ainda que o preço tenha caído, o movimento não esteve atrelado à maior disponibilidade de leite no estado, uma vez que o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) seguiu em retração e atingiu 45,03% (-1,28 p.p.), o menor patamar do ano. Assim, a redução reflete a menor capacidade dos elos finais da cadeia de absorver novos reajustes, após sucessivos aumentos ao longo de 2025, inclusive em períodos tradicionalmente marcados por desvalorização. Nesse contexto, os derivados lácteos do estado têm perdido espaço nas gôndolas, devido à menor competitividade frente a produtos de outros estados, mais atrativos em termos de preço.

Mais Leite Por Saca: influenciada pela queda no preço do leite ao produtor e pela alta na cotação do milho, a Relação de Troca (RT) subiu 7,45% em ago/25, alcançando em média 18,58 l/sc no mês.

Retração: acompanhando o movimento da matéria-prima, a manteiga na indústria registrou redução de 3,73% em relação a jul/25, sendo cotada a R$ 31,44/kg em ago/25.

Aumento: o Diferencial de Base (DB) entre o preço do leite em MT e a “Média Brasil”, segundo o Cepea, avançou 9,83% no comparativo mensal e ficou negativo em -R$ 0,31/l para o leite captado em jul/25.

A Relação de Troca (RT) entre o leite e o farelo de soja registrou o primeiro aumento do ano em ago/25.

Em sentido oposto ao preço do leite pago ao produtor, que vinha acumulando altas ao longo de 2025 e apresentou em agosto sua primeira queda (-2,29%), o farelo de soja, que vinha em retração no decorrer do ano, registrou, no mês sua primeira valorização de 2,92%. Segundo informantes do Imea, a alta do concentrado proteico foi sustentada principalmente pelo aumento da demanda, aliado à elevação das cotações na Bolsa de Chicago (CBOT) e à atratividade dos prêmios de exportação. Nesse cenário, a combinação da recuperação do coproduto com a baixa no preço do leite resultou em uma RT de 663,72 l/t no mês, alta de 5,33% em relação a jul/25. Por fim, apesar do aumento, o quadro ainda se mostrou favorável ao pecuarista de leite, uma vez que a RT ainda é a segunda menor desde o início da série histórica do Imea.

As informações são do IMEA.