Farelo de Soja: Participação do farelo na margem de lucro da indústria tem queda histórica

A participação do farelo de soja na margem de lucro da indústria de esmagamento teve queda histórica nesse início de setembro. O movimento reflete o avanço da demanda pelo óleo de soja brasileiro, sobretudo por parte do setor de biodiesel.

Cálculos do Cepea indicam que a participação do farelo na margem da indústria caiu para 50,7%, a menor margem já calculada pelo Cepea, com início dessa pesquisa em janeiro/2005, enquanto a do óleo atingiu 49,3% – como comparação, a participação média do farelo, em período equivalente do passado, foi de 60,9% e a do óleo, de 39,1%, considerando-se como base os preços da soja em grão, do óleo e do farelo no estado de São Paulo.

De modo geral, as negociações de farelo de soja estiveram aquecidas na primeira quinzena de setembro, diante da necessidade de parte dos consumidores em abastecer seus estoques. Outra parcela compradora, porém, se mostrou mais retraída, fundamentada no maior consumo de óleo de soja no Brasil, o que tende a ampliar o excedente do farelo e pressionar as cotações.

Na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, os preços do derivado avançaram 1,2% comparando-se a parcial de setembro com a média de agosto. Já em relação a setembro/24, observa-se expressiva queda de 23,5%, em termos reais (IGP-DI, agosto/25).

A demanda externa pelo farelo de soja, por sua vez, diminuiu. Em agosto, as exportações do derivado totalizaram 1,94 milhão de toneladas, 5,4% a menos que em julho e 6% abaixo do volume de agosto/24. No acumulado do ano (de janeiro a agosto), os embarques somam 15,39 milhões de toneladas, praticamente estáveis (-0,22%) sobre igual período de 2024, segundo a Secex.