Queda no preço da dieta reduz custos de produção em agosto na “média Brasil”

25-09-2025 15:21:49 Por: Victoria R. Paschoal e Sérgio P. Lima, Boletim do Leite Cepea. Foto: Pixabay

Queda no preço da dieta reduz custos de produção em agosto na “média Brasil”
Em agosto, os custos de produção voltaram a cair na “média Brasil”, com retração de 0,38% no Custo Operacional Efetivo (COE). Entre as praças monitoradas, o comportamento foi distinto, com elevações em SP e no PR e recuos no RS, MG, GO, SC e BA.

Na nutrição dos animais, as rações apresentaram queda de 1,02% na “média Brasil”. Apesar de a maioria das regiões acompanhadas ter seguido esse movimento, houve elevações no PR e em SP, enquanto na BA, os preços permaneceram estáveis. Em agosto, os grãos se valorizaram: a saca de milho avançou 0,38% e a de soja, 2,64%, em relação a julho.

O farelo registrou um aumento mais brando, de 0,6% no mês. Mesmo com a valorização dos insumos base da ração, a queda nas cotações pode estar relacionada a estoques mais folgados nas indústrias, que adotaram estratégias de manutenção dos valores para garantir escoamento. Ainda assim, no acumulado parcial do ano, o preço da dieta permanece acima dos patamares do início de 2025.

Em contrapartida, a categoria de suplementos minerais subiu 0,26% de julho para agosto, na “média Brasil”.

Esse comportamento é típico desta época do ano, quando a menor disponibilidade de pastagens eleva a demanda por esses produtos em diversas regiões – esse cenário vem sendo captado desde junho.

Os custos com operações mecanizadas, por sua vez, registraram leve alta de 0,22%¸entre julho e agosto, na “média Brasil”, devido aos reajustes no preço do diesel. Apesar da elevação mensal, na parcial do ano, a categoria ainda acumula queda de 3,69%.

Para os insumos agrícolas, agosto foi marcado por retrações: adubos e corretivos caíram 0,29% e os defensivos, 1,37%, ambos na“média Brasil”. O período é caracterizado pela demanda mais reduzida na utilização desses insumos na maioria dos estados brasileiros, o que tende a refletir em preços mais baixos no balcão.

No mercado de medicamentos, as variações foram pequenas, com estabilidade nas categorias de antibióticos, vacinas e produtos para controle parasitário. A exceção foi a categoria de antimastíticos, com forte retração de 7,75% na “média Brasil”, pressionada principalmente pelo PR, onde foram verificadas os maiores recuos do mês.

PODER DE COMPRA – Em julho, o produtor de leite precisou de 24,25 litros para adquirir uma saca de 60 kg de milho, 5,79% a menos que em junho. No período, o cereal se desvalorizou expressivos 6,63% (para R$ 63,63/sc de 60 kg), enquanto o preço médio do leite caiu (0,90%), em R$ 2,62/litro. Dessa forma, o poder de compra em julho se mostrou melhor que a média dos últimos 12 meses (26,8 litros/saca).

As informações são do Boletim do Leite Cepea.