Enriquecimento ambiental pode melhorar a saúde e o bem-estar de bezerras leiteiras, aponta pesquisa do IZ

02-10-2025 15:51:28 Por: Alexandra Cordeiro, Instituto de Zootecnia - IZ. Foto: Divulgação/IZ

Enriquecimento ambiental pode melhorar a saúde e o bem-estar de bezerras leiteiras, aponta pesquisa do IZ
Pesquisa realizada pelo Instituto de Zootecnia (IZ-Apta), da Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São Paulo, investigou o impacto do enriquecimento ambiental no desempenho, na incidência de doenças e no comportamento de bezerras na fase de aleitamento, além de suas preferências por objetos lúdicos. Coordenado pela pesquisadora Márcia Saladini do Núcleo Regional de Pesquisa de Ribeirão Preto do IZ, o trabalho indicou que as adaptações realizadas nos recintos dos animais trouxeram melhoras ao bem-estar das bezerras leiteiras.

Márcia relata que a pesquisa foi realizada em parceria com a Fazenda Sertãozinho, situada em Minas Gerais e de propriedade de Andres Rojas, sendo  avaliadas 20 bezerras da raça Holandesa, criadas individualmente em gaiolas suspensas, sendo utilizadas 10 gaiolas com enriquecimento ambiental e 10 sem o enriquecimento. “Para fazer o enriquecimento ambiental das gaiolas, usamos objetos simples e de baixo custo, acessíveis para qualquer produtor. Colocamos coçadores nas instalações durante todo o período de avaliação, que nada mais são do que as escovas da base das vassouras. Também utilizamos bola, bola com sino e corrente de plástico”, relata. Para que não ficasse monótono e as bezerras perdessem o interesse, a especialista conta que a equipe revezava os objetos a cada 15 dias. “Iniciamos com a bola, depois de 15 dias trocamos pela bola com sino e após mais 15 dias substituímos  pela corrente”, comenta.

Para a pesquisadora, os resultados foram muito satisfatórios. “O enriquecimento ambiental contribui para o bem-estar das bezerras e pode diminuir os custos de produção. Houve melhora na conversão alimentar, ou seja, os animais consumiram menos alimentos para alcançar o mesmo peso. Além disso, houve redução no escore de fezes nos primeiros trinta dias de vida, indicando menor incidência de diarreia. Os gastos com medicamentos para tratar doenças como diarreia, pneumonia e tristeza parasitária reduziram em 30%, refletindo melhoras na saúde e consequentemente no bem-estar dos animais”, explica Márcia.

A pesquisa fez parte da dissertação de mestrado defendida por Raquel de Oliveira Andrade, do Programa de Pós-graduação em Produção Animal Sustentável do IZ, orientada pela pesquisadora Márcia Saladini.

Enriquecimento ambiental no aleitamento - A fase de aleitamento de bezerras é um período crítico, pois seu sistema imunológico ainda é imaturo. Um manejo adequado nos primeiros meses de vida é essencial para reduzir a morbidade e a mortalidade, impactando positivamente o desempenho e a produtividade futura desses animais.

O método de criar bezerras em baias individuais ainda é polêmico, já que acaba privando os animais de expressar seus comportamentos naturais.  Porém neste sistema há menor propagação de doenças e maior facilidade para a observação individual dos animais.

O uso de enriquecimento ambiental pode contribuir para melhorar o bem-estar de bezerras criadas em gaiolas durante a fase inicial de vida. Essa prática favorece o desenvolvimento comportamental e reduz o estresse até a transferência para baias coletivas, promovendo resultados positivos no bem-estar geral dos animais.

As informações são do Instituto de Zootecnia - IZ.