Santa Catarina avança na produtividade da pecuária leiteira

20-10-2025 14:28:57 Por: Epagri-SC. Foto: Aires Mariga/Epagri

Santa Catarina avança na produtividade da pecuária leiteira
Em 2024, Santa Catarina se consolidou como o quarto maior produtor de leite do país, com uma produção de 3,3 bilhões de litros, crescimento de 3% em relação a 2023 e representando 9% do total nacional, segundo dados atualizados da Pesquisa da Pecuária Municipal (PPM) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).

O Estado também se destaca pela eficiência produtiva. Apesar de uma redução de 2% do efetivo de vacas ordenhadas, Santa Catarina alcançou a maior produtividade média do país, de 15,9 litros por vaca/dia, um aumento de 47% na última década. 

A Analista de Socioeconomia e Desenvolvimento Rural da Epagri/Cepa, Andréa Castelo Branco, explica que esse expressivo ganho de eficiência leiteira em Santa Catarina ocorreu mesmo com a redução de 27% no número de vacas ordenhadas no período de 2015 a 2024, evidenciando um avanço estrutural e tecnológico na pecuária leiteira catarinense. “Além disso, o Estado tem conseguido reduzir a sazonalidade da produção, o coeficiente de variação da captação anual, que era de 27% em 1997, caiu para apenas 6% em 2024, refletindo uma produção mais estável ao longo do ano”, comenta a analista.

No vídeo abaixo, Andréa fala sobre um conjunto de fatores estruturais que foram cruciais para Santa Catarina alcançar estes ganhos de produtividade no setor leiteiro.

No mercado interno, o preço médio do leite caiu 20 centavos, de R$2,53/litro em agosto para R$2,33/litro nos primeiros dias de outubro, com queda em seis das oito praças analisadas pela Epagri/Cepa. Os preços dos derivados também recuaram: leite UHT (-4%), queijo muçarela (-5%), queijo prato (-5,7%) e leite em pó (-2%).

Andréa Castelo Branco, explica que, embora a queda nos preços do leite seja um fenômeno sazonal, o movimento traz impactos relevantes para o setor. 

“A redução temporária das cotações afeta a rentabilidade dos produtores, especialmente das pequenas propriedades mais dependentes da renda do leite. Também pressiona o fluxo de caixa das famílias rurais, diante de custos de produção ainda elevados, e pode gerar desestímulo à produção caso a recuperação dos preços demore”, observa.

Apesar das preocupações, a analista destaca fatores que apontam para um cenário mais otimista. As importações de lácteos estão em queda, representando apenas 3% da oferta aparente nacional no primeiro semestre de 2025, o que reduz a concorrência externa.  

“Além disso, o mercado catarinense está mais equilibrado do que em 2023, sem picos abruptos de preço, e a menor sazonalidade na produção ajuda a conter oscilações extremas. O momento atual é de ajuste natural do mercado e, se o padrão histórico se confirmar, os preços devem iniciar recuperação entre novembro e dezembro, acompanhando o ciclo normal da pecuária leiteira”, conclui a analista.

No comércio exterior, o estado exportou 44 toneladas de produtos lácteos em setembro de 2025, aumento de 120% em relação a agosto, e importou 936 toneladas, alta de 53%. Apesar do saldo comercial ainda negativo, houve melhora de 30% em relação a setembro de 2024.

As informações são do Epagri-SC.