Farelo de Soja: Consumidores buscam reforçar estoques, e preços sobem

O mercado de farelo de soja apresentou maior liquidez na primeira quinzena de dezembro, devido à demanda firme dos setores de aves e suínos, que buscaram reforçar estoques de médio prazo. A procura externa também esteve aquecida, elevando os prêmios de exportação para patamares positivos – cenário que não era observado desde abril, quando considerados os contratos de primeiro vencimento. Deste modo, na média das regiões acompanhadas pelo Cepea, o preço do farelo de soja subiu 2,9% entre novembro e a parcial de dezembro (até o dia 15).

Porém, a valorização doméstica foi limitada pela maior atratividade do derivado na Argentina. Isso porque o governo desse país anunciou novas reduções das retenciones: a tarifa sobre o grão caiu de 26% para 24%, enquanto as alíquotas de farelo e óleo passaram de 24,5% para 22,5%. A medida tende a aumentar a competitividade do país vizinho no mercado global.

As expectativas são de maior demanda em 2026. O processamento global de soja segue em expansão, alcançando o recorde de 365,24 milhões de toneladas na safra 2025/26, segundo o USDA. Enquanto a Argentina deve reduzir o esmagamento para 41 milhões de toneladas (-5,13%), os Estados Unidos devem processar 69,5 milhões de toneladas (+4,5%), e o Brasil, 59 milhões de toneladas (+1,72%).

Nos EUA, o aumento do esmagamento está ligado às maiores demandas doméstica e externa por farelo de soja, projetadas em volumes recordes de 37,8 milhões de toneladas (+2,2%) e 17,4 milhões de toneladas (+4,9%), respectivamente, pelo USDA. No Brasil, as exportações de farelo são estimadas em 24 milhões de toneladas (+2,6%), enquanto o consumo doméstico deve atingir 21,3 milhões de toneladas (+4,9%) na temporada 2025/26.