Custo de produção de leite recuou 1,4% em maio

13-06-2022 09:48:56 Por: CILeite. Foto: Leite - Pixabay

Custo de produção de leite recuou 1,4% em maio
A inflação de custos de produção de leite, que vinha apresentando desaceleração no crescimento a partir do mês de março, teve queda no mês de maio. Dos sete grupos que compõem o ICPLeite/Embrapa, quatro registraram queda de preços, enquanto dois grupos tiveram elevação de preços e um se manteve estável.

O resultado no custo de produção de leite foi um forte recuo em maio, com deflação de -1,4%. Este fenômeno de deflação, que é o inverso da inflação, não acontecia desde maio de 2020 e foi a maior deflação registrada desde agosto/2019. Isso não alivia muito a condição do produtor, em função da ascensão inflacionária dos custos de produção, acumulada nos meses anteriores.

Nos grupos com queda de preços os destaques foram para soja, milho, adubos e energia elétrica, demonstrando que a deflação não foi localizada em grupos de custos específicos e teve múltiplas explicações.

Vários fatores influenciaram a deflação no mês - Pelo segundo mês consecutivo o grupo Concentrado, que representa a alimentação baseada em ração formulada com grãos, apresentou queda de preços. No mês de maio, foi -1,7%, resultante da queda de preços de soja e milho. O custo de produção do grupo Volumosos também teve retração de -1,3% em maio, motivado pela queda dos preços de adubos. Milho, soja e adubos têm preços formados no mercado internacional e estavam inflados desde os primeiros dias do conflito na Ucrânia, dadas as elevadas incertezas geradas naquele momento, e agora recuam.

Os grupos Concentrados e Volumosos respondem pelo custo da alimentação das vacas e, somados, pesam muito no resultado final do ICPLeite/Embrapa (61,7%). O grupo Qualidade do Leite também registrou retração no custo, resultante da queda de preço do material de limpeza. A maior queda de preços ocorreu no grupo Energia e Combustível, principalmente por conta da energia elétrica, que estreou redução de tarifa, com o fim do período de escassez hídrica e o retorno da tarifa de bandeira verde.

O grupo Sanidade e Reprodução, que engloba medicamentos, vacinas, sêmen e material de reprodução, teve elevação de custos expressiva (2,9%), mas foi o grupo Minerais que, pelo quarto mês seguinte, registrou variação positiva nos custos. Desta vez atingiu patamar de dois dígitos de elevação (11,7%).

Nos primeiros cinco meses do ano o ICPLeite/Embrapa acumulou uma inflação de custos de 5,2%, puxada por cinco grupos de despesas. O grupo Minerais atingiu o patamar de inflação de 25,9%, seguido pelos grupos Mão de Obra e Volumosos que apresentaram, respectivamente, 10,6% e 8,3%. O grupo Sanidade e Reprodução registrou crescimento de custos de 5,6% e o grupo Concentrado 2,5%, com crescimento acumulado menor que a inflação de custos acumulada em 2022. O grupo Qualidade do Leite mostrou deflação de -1,8% e o grupo Energia e Combustível acumulou -13,2% de deflação.

Numa comparação com maio/2021, o ICPLeite/Embrapa registrou uma inflação de 16,6%. Neste período de doze meses o custo do grupo Minerais, cresceu 55,9%, seguido de perto pelo grupo Volumosos, com 51,2% de variação acumulada. Estes dois grupos foram os principais responsáveis pela elevada inflação acumulada em doze meses. Os demais cinco grupos puxaram a inflação para baixo e tiveram variação de preços menores que a inflação registrada na economia brasileira. O grupo Qualidade do Leite apresentou retração.