Micotoxinas é um ponto de bastante atenção para saúde do gado e dos consumidores

06-07-2022 10:07:26 Por: Somaticell. Foto: Divulgação.

Micotoxinas é um ponto de bastante atenção para saúde do gado e dos consumidores
As micotoxinas são metabólitos secundários de fungos, bastante recorrentes em todo mundo, na contaminação de cereais e outros alimentos, representando um risco potencial à saúde humana e animal. Assim, como uma necessidade do aprimoramento constante da área de nutrição animal, o controle e o gerenciamento das micotoxinas é um ponto de bastante atenção. Isso porque tange razões econômicas e de saúde pública.

O que são micotoxinas

Há relatos das micotoxinas desde o Antigo Testamento. Contudo, as atenções se voltaram para o estudo dessas toxinas na década de 1960.  Naquele ano, houve um surto de aflatoxina na Europa, que assim, provocou a alta letalidade em perus na Inglaterra, conhecidos como turkey.

As micotoxinas são metabólitos tóxicos secundários que os fungos filamentosos produzem. Assim, o crescimento e proliferação dos fungos ocorrem em grãos quando em condições ideais de temperatura, umidade e presença de oxigênio. Desse modo, a identificação do fungo é de suma importância para o fornecimento de uma orientação para testar possíveis micotoxinas. 

Entretanto, destaca-se que a presença do fungo nem sempre confirma a presença ou identificação de uma micotoxina.  Essas toxinas são bastante perigosas. Isso por conta do seu poder de se conservar bem nos ambientes ideais. Isso porque a maioria das micotoxinas pode permanecer estável, por anos em alimentos para animais, e muitas sobrevivem a ensilagem e processamento de alimentos. 

Ainda, elas podem ser concentradas várias vezes em subprodutos de cereais. E geralmente se concentram três vezes em destiladores ou coprodutos de glúten de milho.

Principais micotoxinas

Existem aproximadamente 500 tipos conhecidos de micotoxinas, e animais são constantemente expostos a múltiplas toxinas por meio de sua dieta.

Contudo, as principais micotoxinas de ocorrência em grãos e subprodutos que se utilizam na nutrição animal no Brasil são: aflatoxinas, fumonisinas, zearalenona, tricotecenos e ocratoxina A. 

As outras micotoxinas ocorrem com menor frequência. Mesmo assim, provocam importantes perdas econômicas quando contaminam a dieta do rebanho leiteiro.

Acompanhe nos tópicos abaixo as características das principais micotoxinas presentes no Brasil:

Aflatoxinas - As aflatoxinas causam doenças no fígado visto que são potentes toxinas hepáticas (hepatotoxinas).

Fumonisinas - Os principais sinais clínicos que os animais apresentam ao se contaminarem com a fumonisinas são edema pulmonar, leucoencefalomacia, nefrotoxidade e hepatotoxidade.

Zearalenona - A micotoxina pode produzir efeitos estrogênicos gerando como sintomas edema na vulva e alargamento do útero. Além disso, pode ocorrer a atrofia dos ovários e aborto.

Ocratoxina A - Apresenta propriedades carcinogênicas, nefrotóxicas, teratogênicas, imunotóxicas e neurotóxicas. 

Tricotecenos - A contaminação com as micotoxinas da classe dos tricotecenos causam efeitos imunológicos, variações hematológicas, desordens digestivas (diarréia), dermatites, lesões orais, hemorragias intestinais e edemas.

Efeito das micotoxinas no gado leiteiro

Os efeitos das micotoxinas no gado leiteiro são bastante variáveis, visto que o quadro clínico depende da micotoxina envolvida e da interação com outros fatores de estresse. 

Por isso, os animais mais susceptíveis ao estresse, como vacas no pico de lactação, são as mais afetadas, principalmente devido à supressão do sistema imune.

Devido a variação tão grande nos sintomas, é difícil realizar um diagnóstico. 

Contudo, quando um caso é encontrado em uma região, há uma tendência em se diagnosticar quase tudo que não é evidente de micotoxicose. 

Quando os níveis de contaminação nos alimentos estão baixos, os prejuízos estão associados a perdas subclínicas, que causam queda na produção leiteira, aumento na incidência de doenças e baixo desempenho reprodutivo. 

Entretanto, quando as concentrações de micotoxinas na dieta são altas, é possível ter graves problemas no gado, inclusive morte. 

Mesmo com as variações de sintomas apresentados pela contaminação por micotoxinas, a NutriLab – Nutrifarma elenca, por classe, os seguintes efeitos nos animais:

Aflatoxinas - As aflatoxinas causam doenças no fígado visto que são potentes toxinas hepáticas (hepatotoxinas).

Fumonisinas - Os principais sinais clínicos que os animais apresentam ao se contaminarem com a fumonisinas são edema pulmonar, leucoencefalomacia, nefrotoxidade e hepatotoxidade.

Zearalenona - A micotoxina pode produzir efeitos estrogênicos gerando como sintomas edema na vulva e alargamento do útero. Além disso, pode ocorrer a atrofia dos ovários e aborto.

Ocratoxina A - Apresenta propriedades carcinogênicas, nefrotóxicas, teratogênicas, imunotóxicas e neurotóxicas. 

Tricotecenos - A contaminação com as micotoxinas da classe dos tricotecenos causam efeitos imunológicos, variações hematológicas, desordens digestivas (diarréia), dermatites, lesões orais, hemorragias intestinais e edemas.

Diagnóstico das micotoxinas

Como citamos anteriormente, o diagnóstico de micotoxicoses é difícil, tendo em vista que, muitas vezes causam sintomas inespecíficos. Nesse sentido, a amostragem e análise da dieta total são fundamentais, sabendo que os sintomas no gado leiteiro ocorrem de acordo com interações com outros fatores de estresse. 

De qualquer forma, as micotoxinas devem ser sempre consideradas como possível fator causal quando existem problemas sem causa identificada. O diagnóstico é baseado em achados clínicos, epidemiológicos e exames laboratoriais. 

Tendo em vista que os sinais da doença não são patognomônicos, a Equipe de veterinários – TECSA Laboratórios recomenda que, para o diagnóstico, ocorra triagem dos animais. 

A partir daí, são solicitados os seguintes exames:

• Micotoxina (aflatoxina) - alimentos, resíduos e produtos 
• Micotoxina (Ocratoxina) - alimentos, resíduos e produtos 
• Micotoxina (Zearalenona) - alimentos, resíduos e produtos cultura para fungos 
• Perfil check-up global de funções bovino 
• Hemograma completo de bovinos 
• Histopatologia - biopsia

Tratamento das micotoxinas

Visto que as micotoxinas podem permanecer nos grãos mesmo com a ausência dos fungos, é necessário garantir a proteção dos animais.

Dessa forma, a indústria de alimentação animal e as fazendas têm utilizado os aditivos anti-micotoxinas (adsorventes de micotoxinas), com o objetivo de reduzir a sua absorção no trato gastrointestinal dos animais.

Esses aditivos devem ser capazes de absorver, biotransformar ou neutralizar as micotoxinas no trato gastrointestinal. Assim, reduzindo a exposição e a distribuição ao organismo, sendo logo eliminadas via fezes.

O primeiro e único estudo feito para avaliar o efeito de aditivos anti-micotoxinas in vivo foi elaborado pela UFSM/RS, Embryolab, Lamic e Samitec. Nessa análise, o aditivo utilizado no estudo é constituído à base de bentonita (Toxfree MilkPower).

O Toxfree MilkPower reduziu significativamente os níveis de aflatoxina M1 no leite, em comparação aos animais que receberam somente aflatoxinas na dieta, mais de 70%.

Além disso, a utilização de aditivos anti-micotoxinas se mostrou uma prática de manejo eficiente na redução dos riscos de perdas causadas pelas micotoxinas e aumentando a rentabilidade do rebanho leiteiro.

Prevenção das micotoxinas

Não há dúvidas que a prevenção é a principal ferramenta para reduzir os prejuízos causados pelas micotoxinas. 

Tendo em vista que as micotoxinas costumam ser termoestáveis, a abordagem preventiva em relação a elas é de suma importância. 

Contudo, evitar a contaminação total pelos fungos é frequentemente impossível, porque os principais bolores toxigênicos são bastante disseminados pelo ambiente. 

Nesse sentido, a utilização de matérias primas de boa qualidade na composição das dietas é o primeiro passo para um rebanho mais saudável.  Ainda, como vimos anteriormente, a utilização de aditivos anti-micotoxinas, com ação comprovada, tem se tornado a principal alternativa.  Isso porque a maioria dos alimentos utilizados na composição das dietas estão contaminados. 

Não há dúvidas que a prevenção das micotoxicoses está fundamentada nas técnicas agrícolas e na estocagem dos alimentos. Por isso, atente-se aos seguintes pontos relacionados aos alimentos do seu rebanho:

• As áreas de plantio devem ter um bom controle das pragas que danificam as sementes;
• A rotação das áreas e uma boa adubação também contribuem para controlar o desenvolvimento de fungos; 
• Cuidados na estocagem são essenciais: os armazéns devem ser bem ventilados e sem propensão ao acúmulo de umidade;
• Grãos com alta umidade podem ter o tratamento feito com Ácido Propiônico, que possui ação fungicida.

Como um processo contínuo, para ter um controle maior sobre as micotoxinas presente nos grãos, é necessário que os produtores testem esses alimentos.

Após a etapa de testes, é preciso tomar ações para manter o nível de micotoxinas abaixo do nível de ação regulatória para cada espécie e estágio de produção. Isso porque podem ocorrer resíduos de aflatoxina em vários produtos de animais expostos a quantidades excessivas. 

Vale ressaltar que os resíduos são especialmente importantes no leite e nos tecidos dos órgãos, mas também podem estar presentes na carne.

A cada dia, novos desafios surgem para os produtores de leite, e as micotoxinas presentes na dieta se tornaram outra questão a enfrentar, para não perder os lucros. Por isso, é importante que, ao lidar com ingredientes da dieta do seu rebanho, é necessário medir a concentração de micotoxinas presentes e conhecer o valor nutricional do alimento. 

Lembre-se também, que a exposição humana a altos níveis de micotoxinas - em particular a aflatoxina - em grãos e outras culturas pode resultar em sérios problemas de saúde. Dessa forma, quaisquer grãos ou alimentos potencialmente contaminados precisam ter o manuseio feito com muito cuidado. 

Assim, os produtores, operadores de fábricas e outros funcionários envolvidos na rotina com os com alimentos potencialmente contaminados, devem sempre usar equipamentos de proteção, como luvas, máscaras contra poeira e macacões.

Agora que você conhece melhor sobre as micotoxinas bem como seus possíveis efeitos no bovino, esse conhecimento pode te ajudar a encontrar soluções para os problemas do seu rebanho. Isso porque, caso haja um problema sanitário de difícil solução, onde várias alternativas de tratamento não apresentarem resultado, procure por micotoxinas na dieta.

Colunista

Somaticell

Soluções para controle de qualidade de leite e alimentos.