COE da pecuária leiteira volta a subir

21-07-2022 10:36:39 Por: Caio Monteiro, Boletim do Leite Cepea. Foto: Hebert Filho, Epamig

COE da pecuária leiteira volta a subir
Depois da leve queda em maio, o Custo Operacional Efetivo (COE) da pecuária leiteira apresentou ligeira alta de 0,10% em junho, considerando-se a “Média Brasil” (BA, GO, MG, PR, RS, SC e SP). No acumulado de 2022 (de janeiro a junho), a elevação do COE é de 4,35% - vale lembrar que, no mesmo período do ano passado, o COE havia aumentado 11,49%.

Assim como observado nos meses anteriores, os custos com as operações mecânicas nas propriedades seguiram em elevação, levando à retomada da valorização do COE. De maio para junho, o avanço foi de 1,51%, e, no acumulado do primeiro semestre de 2022, de 15,60%. O aumento nos custos com as operações mecânicas está atrelado à valorização dos combustíveis, principalmente do óleo diesel. A alta nas cotações internacionais do petróleo, agravada pelo conflito entre Rússia e Ucrânia, e a desvalorização cambial afetaram as cotações internas do insumo nesse primeiro semestre.

Quanto ao concentrado, as oscilações nos preços do milho e da soja nos últimos meses influenciaram diferentemente as cotações desses itens nas regiões pesquisadas em junho. Dentre os estados acompanhados pelo Cepea, foram registradas quedas nas cotações do concentrado em SC (-1,76%), RS (-0,41%) e MG (-0,21%); enquanto os valores subiram no Paraná (+1,37%) e em Goiás (+0,44%). Em São Paulo, por sua vez, as cotações ficaram estáveis. Na “Média Brasil”, a elevação registrada no mês foi de apenas 0,06%, e, no acumulado do ano, o aumento foi de 2,10%.

As recentes valorizações do leite pago ao produtor melhoraram a relação de troca com o milho pelo terceiro mês seguido. Em junho, foram necessários 32 litros de leite (Média Brasil do produto pago ao produtor) para a aquisição de uma saca de 60 kg (base Campinas/SP) – a média dos últimos 12 meses foi de 40 litros de leite para adquirir uma saca.

O grupo dos adubos e corretivos registrou queda de 0,69% em junho, resultado influenciado pela retração das cotações dos fertilizantes nitrogenados nas regiões pesquisadas pelo Cepea. No primeiro semestre de 2022, porém, a alta acumulada para esse grupo de insumos na “Média Brasil” é de 3,27%. Quando analisado o comportamento dos preços nos últimos 12 meses (de junho/21 a junho/22), a elevação é de expressivos 45,54% - “Média Brasil”. Vale ressaltar que, mesmo diante das quedas recentes, o desembolso com os concentrados, adubos e corretivos seguem em patamares historicamente elevados.

As informações são do Cepea.