Preço médio do leite no RS teve alta de 14,59% em julho

22-07-2022 08:47:48 Por: Emater-RS. Foto: FreeImages

Preço médio do leite no RS teve alta de 14,59% em julho
Nas regiões menos afetadas pelas chuvas, há registro do aumento gradativo na produção de leite à medida que ocorreu incremento na oferta das pastagens de inverno, em ponto adequado de utilização. Mas, mesmo nessas regiões, o manejo bovino foi dificultado devido ao acúmulo de barro em áreas de espera, descanso e corredores, que dificultaram a higiene dos animais e a manutenção da qualidade do leite.

No entanto, a qualidade do leite, com base na contagem padrão em placas, sólidos, gordura e outros componentes, e a contagem de células somáticas se mantiveram dentro dos parâmetros estabelecidos pela legislação vigente, observando as boas práticas de manejo, não havendo relatos de suspensão de coleta de leite.

Em regiões de maior volume de chuva, a dificuldade de pastoreio, o acúmulo de barro e a interrupção no fornecimento de energia elétrica causaram transtornos, que prejudicaram a produção, a conservação e a comercialização do leite durante o período.

Na região administrativa da Emater/RS-Ascar de Bagé, os volumes elevados de chuvas registrados no período foram bastante prejudiciais para os produtores na região da Campanha. Foram agravados os problemas que já estavam sendo sentidos nas semanas anteriores, relacionados ao desenvolvimento limitado e à degradação das pastagens pelo pisoteio e excesso de umidade. Houve acúmulo significativo de barro na exploração leiteira, que refletiu em elevação dos casos de mastite. A falta de energia elétrica foi recorrente, afetando diretamente os produtores que não possuem geradores para a realização da ordenha e do resfriamento do leite. Os caminhões enfrentaram dificuldades na coleta do leite em propriedades com acesso interno mais longo e pouco empedrados.

Na de Caxias do Sul, o tempo chuvoso prejudicou a utilização das pastagens, pois o solo ficou excessivamente encharcado. Os produtores optaram por confinar os bovinos e alimentá-los com silagem de milho, encarecendo a dieta. A sanidade em geral dos rebanhos é considerada adequada, e o manejo adotado permitiu manter o escore corporal das vacas em lactação.

Na de Erechim, o pastoreio e o manejo dos rebanhos foram favorecidos pelas boas condições do tempo. Complementarmente foram fornecidos alimentos concentrados para elevar a produção. Apesar dos custos de milho e do farelo de soja continuarem altos, a elevação de preços recebidos pelo leite tem gerado bons rendimentos econômicos, satisfazendo os produtores.

Na de Frederico Westphalen, houve um aumento na produção de leite proporcional à maior oferta forrageira advinda de pastagens cultivadas ou em sobre semeaduras. Contudo, o excesso de chuvas no período dificultou o trabalho de manejo e pastejo das vacas, reduzindo o consumo de alimentos e a produção em algumas propriedades que não possuem reserva de alimentos.

Na de Ijuí, não houve relatos de alterações ou mudanças significativas na quantidade de leite entregue à indústria pelos produtores, mantendo a produção estável. A produção leiteira atual é baseada no fornecimento de forragem verde, representando aproximadamente 60% dos alimentos ingeridos pelas vacas em lactação, reduzindo significativamente a utilização de fenos e rações. A utilização de silagem de milho safrinha também proporcionou incremento da produção.

Na de Lajeado, o volume de leite entregue para a indústria apresentou um pequeno incremento ao longo dos últimos meses, mas ainda está abaixo do mesmo período do ano anterior. A redução das temperaturas favorece o aumento da produção, bem como a maior disponibilidade de pastagens de inverno e de vacas recém-paridas. Porém, a qualidade da silagem dessa safra não está adequada, fator que limita o aumento da produtividade dos rebanhos.

Na de Pelotas, a alta umidade exigiu o cuidado no manejo dos animais para evitar o barro, a compactação das áreas de pastagens cultivadas e a ocorrência de mastite. As condições ambientais geraram também desconforto aos bovinos que permanecem a campo. As estradas estão em más condições para que seja realizada a coleta do leite, e os produtores sem geradores perderam a produção em função de longos períodos sem energia elétrica.

Na de Porto alegre, as pastagens cultivadas que apresentam baixa taxa de crescimento em função da baixa incidência solar e do excesso de chuvas limitaram o acesso dos animais. Os rebanhos receberam suplementação, tanto de ração quanto de silagem, para a manutenção da condição corporal e de produção.

Na de Santa Rosa, a produção apresentou desempenho adequado devido ao pastoreio das forrageiras de inverno, que estão no seu apogeu de produção de massa verde. Os reservatórios de água para a dessedentação dos animais recuperaram o nível de água, oferecendo boa disponibilidade e qualidade de água. No entanto, no período, ocorreu excesso de chuvas, dificultando o pastejo com os animais, que permaneceram mais tempo estabulados. Esse manejo aumenta a mão de obra, com fornecimento de silagem no cocho, e aumenta os problemas de cascos dos animais, da contagem de células somáticas e de casos de mamite.

Comercialização – De acordo com o levantamento semanal de preços realizado pela Emater/RS-Ascar, o preço médio do litro do leite no Estado ficou em R$ 2,67, o que representou um aumento de +14,59% em relação ao mês de junho. A variação nos preços recebidos pelos produtores deve-se a diferentes variáveis, entre elas estão o volume comercializado e as bonificações por quantidade e qualidade do leite, conforme os parâmetros normatizados para o produto.

As informações são do Emater-RS.