Preço do leite pago ao produtor em MT recua 3,31%

08-02-2022 13:14:03 Por: IMEA

Preço do leite pago ao produtor em MT recua 3,31%
Em jan.22, o preço do litro do leite pago aos produtores (referente ao leite captado em dez.21) apresentou novo recuo em Mato Grosso. Segundo dados do Imea, o valor médio do repasse feito aos produtores foi de R$ 1,76/litro, decréscimo de 3,31% ante o mês anterior. O recuo dos preços no campo está atrelado ao aumento da oferta de leite no estado, dado o aumento do volume de chuvas, o que refletiu na maior disponibilidade de pasto e de maior produtividade (litro/vaca) dentro da porteira. Para os próximos meses, os repasses aos produtores tendem a continuar em movimento de queda, dado que a oferta de leite segue em níveis elevados no estado. Diante desse cenário, os produtores precisam buscar alternativas para mitigar os efeitos da elevação dos custos de produção, visto que o dispêndio da cadeia apresentou um acréscimo significativo no último ano.

Favorável: em dez.21, a relação de troca leite/milho recuou 1,45% ante o mês anterior, sendo necessários 36,55 litros de leite para comprar uma saca do cereal.

Oferta: com avanço das chuvas no estado, a captação de leite apresentou nova alta em dez.21, com o indicador fixado em 65,65, avanço de 4,52% em relação ao mês anterior.

Recuou: com o aumento da oferta da matéria-prima e a menor demanda no estado, o queijo muçarela recuou 7,70% em dez.21, cotado na média de R$ 23,22/kg.

O custo para produção de leite em Mato Grosso apresentou alta significativa em 2021. O Imea estimou o custo de produção da cadeia leiteira referente ao 4° tri.21, logo, foi possível projetar o custo médio do ano. Conforme aponta o levantamento do Instituto, o Custo Operacional Efetivo (COE) em 2021 foi de R$ 0,87/litro, valor 54,35% maior que a média observada em 2020. Os principais responsáveis pela alta foram os custos com aquisição de animais (+478,72%) e suplementação (+54,78%). O primeiro item foi puxado pela valorização da arroba bovina, já o segundo foi reflexo da alta dos preços do farelo de soja e do milho. Vale destacar que, nos últimos cinco anos o COE nominal da cadeia leiteira praticamente dobrou no estado, dado que o dispêndio no ano passado foi 98,51% maior que o observado em 2017.
Diante disso, o aumento dos custos nos últimos anos vem desestimulando a produção de leite estadual, o que tem refletido no aumento da evasão de produtores e na redução da oferta de leite.