Produção de leite apresenta estabilidade no RS

18-04-2022 09:21:14 Por: Emater-RS

Produção de leite apresenta estabilidade no RS
A produção de leite apresenta estabilidade, com tendência de aumento nas unidades produtivas devido à entrada de novas matrizes em lactação. A oferta de alimento ainda é satisfatória, embora já apresente queda em quantidade e qualidade com o final do ciclo das pastagens de verão. As chuvas recorrentes, no Estado, vêm normalizando e oferecendo boa disponibilidade de água nos reservatórios para dessedentação dos animais.

Produtores realizam manejo sanitário no rebanho, dando prosseguimento na vacinação obrigatória e no controle do ecto e endoparasitas, em conformidade com as orientações técnicas das Inspetorias de Defesa Agropecuária.

Na regional de Santa Rosa, a retomada da umidade do solo beneficiou as pastagens de gramíneas, com novos rebrotes e crescimento vegetativo, ofertando forragem para o pastoreio. Essa mudança alivia as dificuldades dos produtores na oferta de alimentos para as vacas, que, em virtude da estiagem nas pastagens, vinham sendo alimentadas com feno, silagem e ração, antecipando o uso das reservas alimentares e comprometendo a disponibilidade para o período do vazio forrageiro. Também está muito bom o desenvolvimento das lavouras de milho safrinha para silagem, criando boa expectativa para que os produtores de leite possam refazer os estoques de silagem que foram utilizados no período da falta de pastagem. Se, por um lado, as chuvas possibilitaram a melhor oferta de forragem para alimentação das vacas, por outro, aumentaram o barro junto aos locais de espera para ordenha, elevando os casos de mamite. A elevada umidade do solo nos corredores e locais próximos às instalações causam desconforto aos animais, além de dificultar o trabalho e o manejo dos produtores.

Na regional de Frederico Westphalen, o aumento da disponibilidade de pastos, principalmente das espécies perenes, como a tifton 85 e a jiggs, assim como de água em quantidade e qualidade, elevou a produção de leite. As pastagens perenes de verão estão com ótimo desenvolvimento, e há, até mesmo, sobra de pasto. As de inverno, como a aveia, o trigo duplo propósito e o centeio, estão em início de implantação. As lavouras de milho destinadas para a silagem, apresentaram perdas significativas, em quantidade e qualidade.

Na regional de Pelotas, as chuvas ocorridas foram mal distribuídas e com baixos volumes, o que impacta na disponibilidade para dessedentação dos animais. A silagem do ano anterior está mantendo a alimentação dos animais, especialmente auxiliada pela oferta parcial de pastagens de verão.

Na de Erechim, continuam as preocupações dos produtores em relação ao preço elevado dos insumos, especialmente as commodities milho e soja. Os rebanhos se encontram em boas condições sanitárias, e é bom o seu estado corporal.

Na regional de Bagé, a produção apresenta estabilidade, aumentando nas unidades produtivas com a entrada de novas matrizes em lactação. A oferta de alimento ainda é satisfatória, embora já apresente queda em quantidade e qualidade devido ao final do ciclo das pastagens de verão. Em Uruguaiana, produtores se preparam para o período de inverno, adquirindo fardos de palha de arroz para complementar a alimentação dos animais. Em Manoel Viana, há aumento da produção com base nas pastagens nativas e cultivadas de verão que se recuperaram com as chuvas regulares e ainda garantem razoável quantidade de alimento. A suplementação com silagem e ração se faz necessária para complementar a dieta, comprometendo as margens de lucro da atividade.

Na de Caxias do Sul, a silagem de milho apresenta baixa qualidade nutricional e baixo rendimento, requerendo ajuste de dietas e o uso de rações concentradas. As áreas semeadas no tarde, no entanto, estão com boa produção de massa, o que ajuda a recuperar os estoques de forragem para os próximos meses.

Na de Ijuí, o período com mais umidade já apresenta impacto na produção de leite para os produtores que fazem uso do sistema de produção a pasto. Devido à umidade no solo, não foi possível realizar o manejo dos animais nas pastagens, diminuindo a oferta de alimentos, o que impacta na diminuição da produção. Nos sistemas estabulados, a produção não foi afetada. Em Derrubadas, o volume coletado diariamente diminuiu 5% em relação à semana anterior devido ao período com grandes volumes de chuvas. O aumento da formação de barro afetou na qualidade do leite diante da dificuldade de higienização do úbere das vacas.

Nas de Passo Fundo e Soledade, os animais apresentam adequadas condições sanitárias e mantiveram o escore corporal. Produtores prosseguiram com o uso de alimentos conservados e de concentrados, visando o ajuste das dietas dos animais. Produtores mantêm os tratamentos sanitários para o controle de endo e ectoparasitas.

Nas de Santa Maria, Porto Alegre e Lajeado, as chuvas e temperaturas amenas do final do verão e início do outono trouxeram uma melhor condição para o rebanho leiteiro. Os reservatórios e mananciais de água com maior volume também melhoraram a qualidade da água. Na de Lajeado, há bom desenvolvimento das áreas de milho voltadas para a silagem que foram semeadas em janeiro, sendo que muitas dessas já estão em florescimento, apesar de terem sido semeadas no limite ou fora do período recomendado pelo Zoneamento Agrícola de Risco Climático. Esse fato vai permitir aos produtores complementar o estoque para o ano, tendo em vista que as primeiras áreas colhidas apresentaram significativa perda de qualidade, além da perda em quantidade. Os estoques de silagem já estão abaixo do normal há três anos e, em muitas unidades produtivas, o impacto é bastante significativo na redução da produtividade, na produção e na diminuição de plantel.

As informações são da Emater-RS.